outubro 12, 2009

Fuga

Chuva fina, céu cinza e um par de olhos derramando uma saudade.
Dentro, a tempestade de todos os afetos que um dia foram seus e o frio do seu ceticismo incompatível com o meu amor.
Então sangra!
Escorre em vermelho o amor por dentro! Até que o fim amanheça esses olhos banidos, que hoje se dispersam entre os seus sinais e a minha lógica.
E inerte, apenas no balançar dos pensamentos, desenho no céu a lembrança do nosso amor totalmente irracional, e parcialmente feliz.
Por isso, covardemente eu fujo. Não aprendi com você a arte de ser metade, porque em tudo que me invade, meu amor, não cabe espaço para ausências, e com você eu caminhei vazia de completude e intensidade.
Então fugir foi a minha saída para ser inteira na nossa saudade.

4 comentários:

Jaqueline Sousa disse...

É intenso demais para ser parcial. Já pensou que isso chega a ser contraditório?
O sentimento que dentro do seu peito, alma e espírito existe, é limpo, é verdade, então covarde seria esconder e não viver tudo isso.
Então siga com o seu eu totalmente preenchido de amor, ao invés de incertezas, esperas em vão, saudades vazias. E que a busca seja incessante, e o ponto certo esteja logo ali... a sua frente, quando menos esperar.

PS.: Que a chuva lave todo o sangue que pode se transformar em desamor.

Vitor Andrade disse...

Você é única, capaz de dizer o que parece impossivel!
De verdade, eu viajei muito nesse texto.
Coisa linda!

Ego. disse...

"Chuva fina, céu cinza e um par de olhos derramando uma saudade..."

Depois desse inicio eu não precisava ler mais nada, vc me mata e me faz viver!
Te amo minha Bela*

Cris... disse...

Iza, simplesmente lindo! Fugir pra continuar inteira numa saudade... Sei bem como é isso, estar pela metade jamais caberá pra aqueles q amam verdadeiramente. Bjão