setembro 25, 2009

Num suspirar de quase adeus.

Amanhã, na linha tênue da última lufada do mar com um beijo sereno no sol, sentirás essas palavras em seu coração. Não te direi adeus, contudo, não sonharei mais com um algo a mais de nós dois.
Estou anestesiada no equador dos meus sentimentos, centro da nossa relação. E te confesso, meu amor, sua inércia me ensinou os passos lentos e desenganados que eu nunca optei por seguir, porém, lado a lado com essa esfera vazia que é o seu olhar, seus passos usaram as minhas pernas para alcançar a poesia desmedida dos seus encantos, que eu acredito terem segregado com toda a emoção daquele futuro que desenhávamos em papéis de carta cheirando a baunilha.
Tão doce a nossa inocência! Dezenas e milhares de dias nos olhando entremeio aquela luz perpetua que nos rendia sempre sol e a marca viva do coração (músculo pulsante excessivamente no peito do outro), e em cada abraço diário, num laço maior do que nossa vontade de nos ter em mais amor.
Não desmereço o que você era (e é) para mim, mas por tempo prefiro fechar meus olhos de nuvem para não enxergar o todo lindo que você metamorfoseou.
Se fomos lapidados na pureza, quero desacreditar que você foi meu engano.
E nessa dúvida (numa cor desconhecida e infelizmente com você) eu deixo que o dia me amanheça rabiscando esse papel velho contornado com as gotas (antes de orvalho) dessa irrealidade que agora somos. E permito que chova a crueldade das lágrimas de um quase adeus.
Sim, quase!
Por meu amor terno e indissolúvel não saber te manter como deveria; diante dos olhos de nunca mais, para todo o sempre.

3 comentários:

Vitor Andrade disse...

a sensação? você me pegou de galera e me deu uma surra!
eu queria poder explicar você, mas não é humana! eu acho que todo poeta, tem seus momentos poetas, e seus momentos humanos! você não. ultrapassa ela linha que defini e limita a nós. transpõe, e consegue ser em todo momento, doce, poetisa, dona de olhos que escrevem em tudo o que enxerga, uma suave poesia! com gosto de vinho, numa noite fria!
eu amo você (e me perdoe os embaraços, vc hoje vai me entender!)

Larissa disse...

Queria falar. Mas de repente, o Vitor falou tudo. Você é isso. É poesia sempre. E eu amo você também.

Beijo de saudade enorme. :*

Dani disse...

papéis de carta cheirando a baunilha? Iza, querida, tuas palavras são flores :)

miadinhos felizes de cá para ti! :))